Você sabia que a Turmalina Paraíba é uma das gemais mais caras do mundo? Descubra agora aqui no Blog do Atoa o motivo!
O Brasil é líder no fornecimento de minerais importantes como petróleo, ouro e ferro, batendo recordes de exportação todo ano. No setor de pedras preciosas, como águas-marinhas, esmeraldas, ametistas, diamantes, topázios e safiras, o país também se destaca.
Por que a Turmalina Paraíba é uma das mais caras do mundo?
Essas pedras são usadas há muito tempo na fabricação de joias de luxo, desde os tempos do Brasil Império. Muitas dessas gemas vêm de Minas Gerais, especialmente dos vales dos rios Doce, Araçuaí e Jequitinhonha.
Fonte: Pixabay
O município de Salgadinho, na Paraíba, ganhou fama mundial no começo dos anos 80 com a descoberta da Turmalina Paraíba, uma das pedras preciosas mais bonitas e valiosas já vistas. Essa gema faz parte das turmalinas, um grupo de minerais que pode ter muitas cores e composições diferentes.
Os cristais de turmalina são alongados e têm uma base triangular. A Turmalina Paraíba, em particular, é conhecida por sua cor azul néon, que também pode aparecer em tons de verde ou lilás néon.
A Turmalina Paraíba tem uma composição química bastante complexa, incluindo elementos raros como lítio, boro, cromo e flúor. Sua cor azul turquesa intensa e o brilho que parece “neon” ou “elétrico” tornam essa gema única e muito especial no mundo.
A cor das diferentes pedras geralmente varia de acordo com os elementos químicos chamados cromóforos. Por exemplo, altas concentrações de cobre, mais de 2%, dão a ela sua característica cor azul.
A Turmalina Paraíba, assim como outras variedades de turmalinas, é extraída de pegmatitos graníticos. Estas são rochas ígneas que contêm minerais de grande porte, variando de centímetros a decímetros. Os pegmatitos geralmente se formam em veios ou diques que podem se estender por vários metros.
Eles são conhecidos por conter minerais raros, muitos dos quais têm valor comercial, como é o caso das gemas.
A Turmalina Paraíba é uma gema rara, encontrada apenas na Província Pegmatítica da Borborema, que fica entre os estados da Paraíba e Rio Grande do Norte no Brasil, e também na Nigéria e em Moçambique, na África.
A Província Pegmatítica da Borborema tem mais de 750 pegmatitos conhecidos. Muitos são importantes fontes de elementos como lítio, berílio, bismuto, nióbio e tântalo, e alguns são explorados desde a Primeira Guerra Mundial.
As rochas dessa região se formaram quando os continentes sul-americano e africano se juntaram, durante a criação do supercontinente Gondwana, há cerca de 510 milhões de anos. Isso justifica a presença da Turmalina Paraíba tanto na América do Sul quanto na África.
A Turmalina Paraíba geralmente se encontra na zona intermediária dos pegmatitos, onde há cristais de elbaíta coloridos. Esses cristais têm um núcleo que vai do rosa ao vermelho (rico em alumínio e manganês) e uma borda verde ou verde-escura (rica em ferro e magnésio).
Isso mostra que a Turmalina Paraíba se formou nos últimos estágios da cristalização do magma que originou os pegmatitos. Nessa fase, a maior parte do ferro e magnésio já tinha sido usada na formação de outras variedades de turmalina, como a schorlita e a dravita, que são menos valorizadas no mercado de joias.
Atualmente, quase todas as minas de Turmalina Paraíba no Brasil estão esgotadas, e a única que ainda funciona fica em Parelhas (pegmatito Capoeira), no Rio Grande do Norte. As turmalinas encontradas na Nigéria e Moçambique geralmente têm qualidades gemológicas inferiores às do nordeste brasileiro.
As gemas do Brasil são reconhecidas por laboratórios internacionais como o Gemological Institute of America e o Swiss Gemmological Institute. O preço do quilate (0,2 gramas) da Turmalina Paraíba pode variar de alguns milhares a centenas de milhares de dólares.
Joias como pingentes, brincos ou anéis de ouro com Turmalina Paraíba podem custar mais de US$600.000 (aproximadamente R$3 milhões). Assim, o Brasil se destaca como o principal fornecedor de uma das pedras preciosas mais bonitas e valiosas do mundo.
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