Dados do Serasa mostram que a dívida dos brasileiros chegava a quase R$ 261 bilhões
Notícias recentes veiculadas neste site e também em outros portais de economia mostram que a situação econômica do brasileiro não é das melhores. Além dos quase 12 milhões de desempregados, aqueles que têm uma ocupação não vivem uma situação plena financeira em boa parte dos casos.
A inflação alta impacta diversos setores. Os alimentos estão mais caros, a gasolina está batendo quase R$ 8 e a possibilidade de qualquer tipo de lazer para boa parte da população é quase inexistente. Hoje, a maioria dos brasileiros vive e trabalha para pagar as contas mais básicas e consumir o essencial no que diz respeito à alimentação e vestuário.
Um retrato desse fenômeno social em voga no país hoje é que o número de brasileiros endividados voltou a subir em janeiro deste ano, atingindo um patamar recorde só visto no pico mais tenebroso da pandemia. Neste cenário, em janeiro deste ano, 64,82 milhões de pessoas estavam com contas em atraso, 850 mil a mais do que no mês anterior. O valor total das dívidas atingiu R$ 260,7 bilhões, quase 4% a mais do que em dezembro.
Nos últimos meses, diversas instituições têm tentando mobilizar a população para quitar suas dívidas ou ao menos negociar alguns débitos. O Serasa está realizando feirões de negociações para quitar as pendências e dar ao brasileiro um pouco mais de dignidade.
Além do número de inadimplentes ter aumentado, a quantidade total de dívidas subiu 2,77% e atingiu 219,5 milhões. O valor médio da cada dívida por pessoa subiu 2,13% de dezembro para janeiro e atingiu R$ 4.022,52.
Para se ter uma ideia do que tem tomado mais a renda das pessoas, um bom indicativo é que quase 24% dos totais de dívida dos brasileiros estão relacionados aos serviços de utilidade pública, que englobam contas de água, luz, gás. Em janeiro de 2020, esse percentual era 4% menor.
O destaque do perfil da inadimplência durante a pandemia foi para o não pagamento de contas básicas, como água, luz, telefone. A maior fatia das dívidas continua em bancos e cartão de crédito, com 28,4%.
“Isso mostrou que o consumidor está endividado não só por empréstimos e o comércio em geral, mas dívidas básicas, gás, energia e comida”, afirmou em entrevista recente Matheus Losi, gerente da Serasa para o Rio de Janeiro.
Em uma avaliação por estado, o Amazonas lidera o ranking dos estados mais inadimplentes proporcionalmente à população adulta, 52,30%, seguido pelo Amapá (48,32%) e o Distrito Federal (48,04%). A média de inadimplentes em relação à população adulta é de 40,3%.
São Paulo, que concentra o maior número de inadimplentes em todo o Brasil, com 15,2 milhões, dos 29,3 milhões da região Sudeste, tem 42,35% da população adulta inadimplente. O Rio de Janeiro apresentou o maior crescimento no número total de inadimplentes nos últimos 12 meses na região Sudeste, com alta de 9,13%.